Começando as retrospectivas de leve...
Minha lista de doze filmes brasileiros que amei assistir pela primeira vez em 2024 (retirando filmes deste ano ou do ano passado vistos em festivais), sem ordem específica.
Minha lista de doze filmes brasileiros que amei assistir pela primeira vez em 2024 (retirando filmes deste ano ou do ano passado vistos em festivais), sem ordem específica.
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Montagem (predominantemente rítmica) e fotografia de tirar o fôlego de tão boas. Filme que consegue atravessar a tela, daqueles que fazem a gente olhar pra si e pro outro, também. Uma dança pelos nossos traumas, pelos nossos.
Tereza Trautman tinha apenas 21 anos quando escreveu, dirigiu e montou esse filme em um momento em que a onda feminista rolava no mundo, mas aqui vivia-se os horrores da censura em plena ditadura militar.
Carlos Reichenbach cria uma atmosfera onírica muito única que ao mesmo tempo não poderia ser mais brutal diante do cenário pós-marxista com recorte no proletariado brasileiro. Cinderela terceiromundista.
O filme dividido em dois “episódios” apresenta questões de um Brasil que nunca mudou realmente. Desde a vida dura da classe trabalhadora até o racismo presente nas mais diversas esferas sociais.
Pode ser que seja um filme anti-Brasil, mas é um manifesto bem mais patriota que muitos que já existiram. É a revolta contra as mazelas sociais trazidas pelo estrangeiro, o aumento da fome, da precarização do trabalho, da corrupção e o descaso.
Assisti a cópia restaurada desse filme e fiquei encantada com o cinema clássico de Burle no Rio de Janeiro da década de 40 ainda, meio a um país profundamente racista e com a atuação da vida de Grande Otelo.