O americano médio (e mesmo o liberal/de esquerda) tem imensa dificuldade em entender que diferentes países e culturas lidam com processos legislativos e judiciários de forma diferente. E a bem da verdade, o brasileiro médio também tem quando viaja.
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Eles realmente acreditam que antes do Trump eram os amigões adorados da galera. Que só faziam coisas boas pro resto do mundo e que todos os adoravam, como se o soft power deles tivesse sido benéfico pros outros países e não esse bully terrorista com o qual convivemos há décadas
Para além disso, países diferentes têm histórias diferentes e medidas protetivas diferentes. Existe um motivo pelo qual a liberdade de expressão não é absoluta na maior parte da Europa ou porque o Brasil tipifica o crime de golpe de estado.
No México achei bastante interessante como a separação de Igreja e Estado é levada extremamente a sério até mesmo pelos conservadores, mesmo num país com forte presença católica. Claro, como costuma ser, isso tem raízes profundas no processo de formação das instituições nacionais.
Concordo com tudo. Mas americano tem um detalhe a mais: nao basta não entenderem o diferente. É parte da ideologia hegemônica rebaixar o diferente à inferioridade para justificar sua submissão como necessária para o avanço da "civilização" de que os americanos são os promotores.
Bem, o espelho disso é o brasileiro (incluindo uma parte expressiva da produção intelectual brasileira) TAMBÉM tomando o americano (ou europeu, ou antes um norte-atlântico idealizado) como medida de todas as coisas e imaginando aqui exceções, ideias fora do lugar, aberrações, jabuticabas.
Em tese, desconhecimento se resolve com conhecimento. Para o americano, o diferente é um atrasado que ameaça. Aí eles chamam os marines pra exportar democracia
aqui no marrocos eles têm certo orgulho de serem uma teocracia que não deixa a igreja se meter na vida do povo. é bastante engraçado. mas é isso. se alguém reclama da roupa de um não muçulmano, vem sete reclamar de quem falou mal, dizer q não pode.
É meio curioso pensar nos processos históricos que criaram esses hábitos, e como eles diferem de lugar para lugar. Em parte, acho que muito do hábito americano de não entender é justamente pela deficiência deles em história e geografia.
mas nem sei se todo mundo tem conhecimento mesmo fora dali. acho que parte é uma educação super fascista, isso de ficar jurando bandeira todo dia, de ter partes separadas na escola pra diferentes capacidades, enfim. aqui eu acho q nem sabem onde é brasil. mas me respeitam.
todo evento esportivo tocam o hino, é uma coisa muito impressionante...
Além disso tem a cultura da excepcionalidade, de que tudo é melhor e que nunca algumas coisas aconteceriam nos EUA. Agora está nessa situação explicitamente fascista e autoritária e a galera ainda achando que não é bem assim...
a Constituição de 1917 era ultra-liberal (no contexto da época) e bastante secular, ao ponto de a Igreja ter fomentado um movimento de resitência que culminou em uma guerra civil. O acordo de paz diminuiu o escopo do secularismo, mas existe até hoje um temor de envolver religião na polítca.
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Além disso tem a cultura da excepcionalidade, de que tudo é melhor e que nunca algumas coisas aconteceriam nos EUA. Agora está nessa situação explicitamente fascista e autoritária e a galera ainda achando que não é bem assim...