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outraines.bsky.social
casada com o mais velho, mãe do mais novo vive entre a serra e o mar num lugar onde o tempo não tem pressa. (outra)inês escreve sobre os outros ou o tempo, às vezes sobre nada ou sobre tudo, sobretudo, sobre si, o mais velho e o mais novo
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passam o ano a construir uma reputação, a agir como exemplo, a saber estar, a saber ser… vale de quê? chega o carnaval e este trabalho vai todo por agua abaixo! como vou amanhã encarar o meu chefe depois de o ver vestido de legins rosa-choque?

a igreja recusou-me como madrinha de uma criança porque: cometi o crime de não ser casada! se for má pessoa (mas casada) dá! se nunca mais vir a criança (mas casada) dá! se fizer a vida negra aos outros (mas casada) dá! se escolher outra igreja que não a 'minha' também dá!

alice e o primo pedro: -sabias que para a tua mãe estar grávida ela teve de ter sexo? -como assim? -os teus pais fizeram sexo, é assim que os bebés vão para a barriga! -deve haver outra forma, o meu pai não ia fazer isso.

hoje partiu uma pessoa que eu conhecia pouco, mas não esquecerei a lanterna que me ofereceu numa fase mais sombria da minha vida

eu tenho muita disponibilidade para ser amável com gente ingrata e um talento inato para me sentir otária logo a seguir

hoje estive com uma amiga não praticante. sei que ela gosta de mim. ela sabe que gosto dela. sei que se precisar de alguma coisa, está aqui. ela sabe que se precisar de alguma coisa estou aqui. é uma amizade de baixa manutenção que, talvez por isso, seja verdadeira há 40 anos. e saber isso, basta-me

#omaisvelho consegue fazer-me feliz, tal criança que pula numa poça de água. os filmes tornam-se aborrecidos comparando com a aventura que é tê-lo na minha vida. há alturas em que o odeio na mesma proporção que o amo. não gosto de tudo nele, ainda assim, não mudaria nada ♡

o mais velho tinha acabado de fazer sumo e eu fui à cozinha para beber. ele estava sentado a comer presunto e queijo, eu sentei também. entretanto lembrei-me que ia só beber sumo e afinal estava a comer. levantei-me para voltar ao sofá e o mais velho perguntou: -queres sumo?

fui ensinada a fazer o bem sem esperar nada em troca, aprendi (e acreditei) que os outros seriam bons comigo se eu fosse boa para eles. na catequese ouvi histórias de jesus ter ajudado tanta gente e apenas um voltou para agradecer... devia ter percebido logo aí

não ia há anos, hoje fui à feira. vi umas calças giras, parecidas com outras que tinha visto há dias. perguntei o preço: -10€ -nos saldos da MO(dalfa) vi por 8€ -tá a comparar esta roupa com a do supermercado? fui (quase) expulsa, não pelo regateio mas pela ousadia da comparação

daquele loja que ainda não decidiu se quer ser ótica, farmácia ou perfumaria, trouxe um ‘Ultra Brighten Sculpt’ não lhe sei exatamente a utilidade, mas sinto que dei um passo importante no mercado da cosmética. [não tarda estou a injetar cenas (na cara)]

desdenhar das coisas tontas que acontecem aos outros é um dos meus super poderes. hoje abasteci com gasolina o carro a diesel! que felicidade é saber que as coisas tontas só contam quando são com os outros.

já lhe tinha percebido o lema de vida: 'quero ver todos bem, mas ninguém melhor do que eu' agora conheci-lhe um desgosto: 'o maior desgosto da minha vida é tu comeres e não engordares'

veio fazer contabilidade mas foi avisada que, sempre que necessário, teria de dar uma mãozinha noutras áreas. agora faz-se de morta quando lhe pedem ajuda: não ouvi, não percebi, não vi..

há uns meses dei, cheia de expetativa, as boas vindas à nova colega de trabalho. preparei a melhor secretária e materiais. tempo passou desde a sua chegada: o atraso é recorrente, mas chega impecável, como quem vai casar. já eu, sinto que mantenho a aparência de quem acabou um turno de mendigo.

queria um corpo bonito, hoje quero-o saudável. queria uma vida de sucesso, hoje quero-a normal. queria um carro novo, hoje quero um que me transporte. reclamava da comida, hoje agradeço a refeição. queria mudar o cabelo, hoje quero tê-lo. reclamava da casa, hoje é lar e porto seguro.

-vamos sair um pouco, sugeri, talvez pudéssemos ir ver as luzes de natal -já não há luzes de natal, disse o mais velho este é mais um episódio da vida de dois (um dia) jovens, em casa, num sábado à noite, quando no passado juraram que no futuro não haveria sábado sem green hill

#janeiro Não roubei malas, não experimentei brumas e não tenho dados confidenciais numa pen. tenho outras coisas: vergonha da atuação dos governantes, preocupação com abusos nas forças armadas e de segurança, indignação pelas mulheres mortas nos primeiros dias do ano

condutor com deficiência encontrou o lugar reservado ocupado. encostou o carro ao outro, bloqueando-o. o dono voltou e justificou ‘foi só um bocadinho’ a resposta certeira: ‘também é só um bocadinho, um bocadinho ao café, depois um bocadinho às finanças’ e seguiu, apoiado na moleta

a minha primeira vez com João Tordo não foi muito feliz. não houve match em nenhum dos nossos encontros dos últimos dias. não foi amor à primeira página (nem à ultima), mas não descarto um reencontro no futuro. nem sempre a primeira vez é certeira

nem só de dizer mal vive o Homem que fique registado que chegámos a casa ao mesmo tempo e sentámo-nos no sofá ao mesmo tempo. neste intervalo arrumámos compras, passeámos cão, fizemos camas e jantar, jantámos, tomámos banho e sentámos. alguma coisa eu fiz bem no passado!

vamos lá! 🧩

alombou com móveis, processou e pagou sozinha.  hoje ao verificar a conta: um dos móveis não consta na fatura! maria-vai com-as-outras trouxe (sem querer) um móvel sem pagar fica a questão: se um funcionário deixa passar o produto sem registar, tem consequências, e se for o cliente?

como quem sofre picos de tensão, o mais novo sofre picos de inércia. ontem entornou água em 3 panos e pendurou para secar. hoje, ao procurar um pano na gaveta lembrei-o que tinha deixado 3 no estendal. apanhou apenas o pano que precisava, deixando o resto como se não existissem

bom ano! 2025 tem sido muito isto: silencio como companhia, deitar cedo e encontrar conforto num bom livro. outrainês deve ter chegado ao octogésimo aniversario e ninguém a avisou

a maria-vai-com-as-outras foi à loja sueca fez as compras atras das outras, pagou as compras (sem formação) como as outras e esperou 1h pela entrega das compras, como as outras ainda bem que nesta idade ninguém manda em mim e já não tenho de fazer fretes (só quando saiu de casa)

encarnei gata borralheira para quem não sabe, é ritual que consiste em vestir roupa de mendigo, calçar luva cirúrgica e empenhar o arsenal: detergente, pano, aspirador e a trilogia lavar-estender-apanhar finda a batalha, a casa brilha a guerreira, mais apagada q uma lâmpada fundida, assume a derrota

abriu recentemente um negócio na aldeia, à porta da loja um aviso: ‘temos a informar que este estabelecimento…’ sugeri: altera para ‘informamos que’, fica mais correto hoje o aviso: ‘informamos que fica mais correto este estabelecimento…’

saí da consulta no centro de saúde onde fui por rotina. fui atendida com pontualidade, a enfermeira chamou gentilmente pelo meu nome e o médico mostrou-se simpático, interessado e disponível para saber de mim. O que se passa com o SNS?

Alice: hoje aprendi qual é a mão direita, é esta! Madrinha: Muito bem Alice, e a esquerda? Alice: não sei madrinha, só vamos aprender amanhã

ganhei um vale para poupar 10, tive de gastar 30€ esperei para pagar roupa que não precisava, precisei de rede para abrir a app, só na rua. fui à rua. reiniciei o telemóvel. voltei à rua. saí com a roupa que não precisava. senti-me refém do supermercado, da app e do telemóvel

intimidade não é (só) sobre quem nos despe, é sobre quem segura a nossa mão às três da manhã. é poder revelar desejos tontos, sem medos. intimidade é quando o coração encontra o seu lugar e faz do outro morada num abraço que é mais que contacto físico, é lar.

tenho: seis novelos novos de linha para transformar em camisola, novecentos livros em formato digital para ler, três viagens de sonho para fazer ainda não é desta que termino o ano com os objetivos cumpridos