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weisefranklin.bsky.social
Inspirado por Frankito Lopes, o Índio Apaixonado. Também conhecido como "o ranheta dos infográficos". Micro-influencer. Autodenominado guardião da racionalidade. www.desvenDADOS.com
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6. ... infelizmente este nível de detalhamento está infelizmente indisponível quando usamos a estimativa de excesso de óbitos (se fosse a contagem do excesso de óbitos, seria possível, mas então teríamos uma lista bem mais restrita de países). FIM
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5. Vale uma observação: os dados se referem ao índice cru (óbitos/100 mil). Para uma comparabilidade melhor, o ideal seria harmonizar todos eles pela idade (devido aos perfis demográficos muito diferentes entre países da lista - já que a Covid matava mais os idosos). Mas...⬇️
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4. Um ponto digno de nota é o quanto os registros de óbitos atribuídos à Covid no Brasil são relativamente próximos ao índice de excesso (parecido ao dos EUA) - sinal de um sistema com boa qualidade de dados. ⬇️
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d. Mesmo eventuais aumentos de óbitos contabilizados em outras causas que não a doença da epidemia são considerados como sendo consequência indireta daquela doença (por fatores como falta de atendimento hospitalar). ⬇️
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c. Por outro lado, há países com bom sistema de registro, mas que optam em artificialmente baixar seus índices de Covid. Na Rússia, é até possível chegar ao total de óbitos; já na China, não. Para comparabilidade, os dados considerados aqui são as estimativas, não a contagem.⬇️
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b. Há países com sistema de registro de mortalidade muito ruim mesmo em épocas normais (vide Índia, África subsaariana). Nestes, o excesso de óbitos não é medido diretamente (via total de óbitos), mas estimado por via estatística.⬇️
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a. Em situações de saturação do sistema do registro de mortalidade, é esperado que exista uma queda na qualidade dos registros. Nem todos os óbitos são atribuídos às causas corretas. Isto é um problema histórico conhecido.⬇️
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3. Vale lembrar que, para os epidemiologistas, o real saldo de uma epidemia ou pandemia é o excesso de óbitos - por vários motivos: ⬇️
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2. Diferente de doenças normais, que são contabilizadas num índice relativo por ano, para pandemias é de praxe considerar o índice relativo acumulado ao longo da sua duração total (que pode ser de vários anos).⬇️
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1. O excesso de óbitos é a diferença entre os óbitos esperados (calculados por via estatística, com base no histórico dos últimos 5 ou 10 anos) e os óbitos que realmente ocorreram. ⬇️
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E agora finalmente poderei dar início à leitura do The Book of Why – para este, sim, tenho uma expectativa altíssima, baseada em relatos que li antes (e me parece ser bem mais difícil). Espero não me decepcionar.
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Recomendo a leitura? Sinceramente, acho importante, sim, ter sua própria opinião a respeito deste tipo de livro que todo mundo leu – mas, por outro lado, se tiver outros desta categoria na sua lista a ler, eu colocaria os demais na frente.
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Ao final da leitura, algo que me chamou a atenção é que, diferente do citado Cosmos, de Carl Sagan, o Sapiens não transpira paixão e otimismo (características do Sagan) – mas sim algo de niilismo.
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Da página 390 em diante, ele fala sobre a felicidade no mundo moderno, de fatores que a influenciam e de quão difícil é medi-la. Tudo bem até aqui. Mas na sequência ele dá a entender que os humanos modernos são mais infelizes que os primitivos – o que contradiz o início.
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Este é o tipo de detalhe que me incomoda demais: se você afirma algo tão impactante, espera-se que você saiba defender o seu ponto de maneira convincente – e não apenas dizer que é assim e pronto.
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Na página 343, ele afirma que um trabalhador africano ou indonésio volta para casa depois de um dia de trabalho com menos comida que seus ancestrais há 500 anos. Isto é bombástico! Mas onde está a evidência? Ele não a cita (nem nas fontes online – lá consta um coming soon).
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Ele pouco se apega à busca pela extensão dos anos saudáveis, que me parece algo facilmente defensável com base na literatura disponível – mas reitera que o fim é a extensão da vida total muito além dos limites atuais (coisa de centenas de anos).
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Na p. 277, ele diz que o principal projeto da Revolução Científica é dar à humanidade a vida eterna - apenas no achismo, sem referências de terceiros.
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Por favor, não entendam que o livro não levanta pontos pertinentes: é apenas que por vezes o faz de forma um tanto freestyle, como mostro a seguir:
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Na p. 250, ele diz que não há provas que o bem-estar humano inevitavelmente melhora ao longo da História – aí vemos que ele está num campo oposto ao do Steven Pinker, que enxerga um progresso contínuo.
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A partir deste ponto eu passei a ler o livro com ressalvas (lembrando que até então eu não lera nenhuma resenha dele) e, apesar da escrita fácil e fluência, foi ficando menos interessante para mim (o que também fez cair o ritmo de leitura diário).
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Nas referências (apenas online), vejam só, ele menciona que a mudança para uma sociedade agrícola é um tema polêmico e que outros autores defendem que ela trouxe bem-estar. Por que isto não foi mencionado no texto? Deixaria o livro muito mais rico.
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Como isto é anti-intuitivo, faltou se aprofundar na explicação do porquê de a humanidade optar em evoluir no sentido para pior – se é que a piora realmente ocorreu.
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Segundo Harari, humanos abandonaram formas de organização anteriores (bandos de caçadores-coletores) em favor de outras (assentamentos de agricultores) que supostamente reduziram a qualidade de vida...
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Imediatamente lembrei da Origem da Desigualdade Entre os Homens, de Rousseau, que igualmente idealiza o homem primitivo e relaciona a civilização ao início da decadência humana – sem apresentar evidências históricas (me pareceu mais uma ilação).
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Algo que fica evidente no primeiro terço é um apreço e até alguma idealização de Harari quanto aos humanos primitivos, quando ainda viviam em bandos nômades.
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Por eu ter vindo de um livro apinhado de citações (o maravilhoso The Invention of Science), Sapiens me deu desconforto por ter poucas citações bibliográficas. Há longos trechos com afirmações impactantes que não são referenciadas (e fiquei surpreso com esta tal lista online)
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Desde o início, fica claro que é um livro voltado ao grande público, a escrita é de compreensão fácil e tem uma narrativa ágil. Outro ponto que me chamou a atenção é que a fonte de inspiração parece ter sido Cosmos, do Sagan – pelo título, tamanho, público-alvo e ambição.
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Antes de tudo, a única coisa que eu sabia a respeito dele é que ele vendeu muito, mas não fui atrás de resenhas e opiniões de terceiros – o que me permitiu lê-lo sem ideias pré-concebidas e expectativas.
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Adendo 2: Alguns hão de observar que o infográfico de internações (em crescimento) não bate com a tabela que publiquei há uns dias, que indicava estabilidade. A diferença é que aquela lá usava uma lista maior de morbidades cerebrovasculares - aquela da matéria da @G1Campinas.
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Adendo 1: “Frankito, você pegou no pé de um artigo só porque os dados incluídos no texto não corroboram o título, apesar de efetivamente ter ocorrido aumento?” SIM
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Já da parte dos ativistas, não tenho esperança que aceitem uma fonte primária mostrando índices de 2021 em linha com a tendência anterior (ainda que usem esta mesma fonte quando lhe convém).
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Da parte da Pfizer, um laboratório com recursos gigantes, espera-se um mínimo de cuidado e rigor científico para redigir seus textos – e um tequinho de simancol que uma manchete daquele jeito daria munição para seus inimigos. MAIS RIGOR, POR FAVOR!
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Ocorreu o óbvio: um dos mais notórios ativistas antivacina usou esta postagem para jogar dúvida sobre a vacina (de maneira velada, como de praxe).
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E aqui algo fundamental: o artigo foi escrito no meio da pandemia, num momento cheio de acusações de vacinas causando AVCs, dando margem para os antivaxxers se valerem da manchete aberta/sugestiva.
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Se o próprio autor do artigo fosse atrás da fonte primária, poderia plotar estes dados aqui (os disponíveis naquela data): índice de internação estava subindo em anos recentes, sim (algo que as referências do artigo não corroboravam).
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Considerando que os dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS é atualizado constantemente e que a matéria fala “nas últimas décadas”, por que não usaram dados atualizados?
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O artigo foi escrito em junho de 2022 (ou talvez junho de 2021 – há conflito de datas entre a bibliografia e a data do post), o que significa que os dados considerados (ate 2012) eram bem antigos já.
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Bizarramente, o artigo continua como se esta informação fundamental não existisse - e pergunta por que houve aumento de AVCs em jovens nas últimas décadas* *atenção ao “últimas décadas” – já explico...
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E aqui algo intrigante: a menção a um estudo que encontrou estabilidade de casos e redução de óbitos entre 2008 e 2012. Ou seja: vai contra o título da matéria!
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Na sequência, é citado o número de mortes acumuladas por AVC de pessoas abaixo de 45 anos entre 2000 e 2010. É um número vazio de significado para a manchete (que falava de crescimento).
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A próxima informação (4 mil pessoas entre 15 e 34 anos internadas por AVC em 2012) foi retirada de um artigo do HCor - que alerta para o problema do crescimento, mas sem citar dados que corroborem o crescimento.
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Pelas fontes, vi que é uma cópia de um artigo da Secretaria de Saúde do Espírito Santo. Consultando o DataSUS, não se encontram os alegados aumentos de 64% em homens e 41% em mulheres. No período citado, houve um aumento de 37% para homens e 21% para mulheres. Estranho.
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No próximo parágrafo, é mencionado crescimento desde a década de 80, mencionando então o crescimento entre 98 e 2007. Onde é que entra a década de 80? Por que não dizer “desde 98”?
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Diz que ¼ dos AVCs ocorrem em pessoas abaixo dos 65 anos. Cita a incidência em pacientes abaixo de 55 anos e abaixo de 45 anos – a fonte é um estudo de 2001 que analisou 164 pacientes retrospectivamente. Até aqui, não se falou de aumento.
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Não é a única - lembrando que os motociclistas são o grupo mais vitimado.
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Sim, mas não é este o desenho do estudo, baseado em entrevistas presenciais.